domingo, 31 de agosto de 2008

Rock'n'roll all night and party everyday

I don't wanna be an old man anymore
It's been an year or two since I was down on the floor
Shaking booty, making sweet love all the night
Its time I got back to the good life
Its time I got back
Its time I got back
And I dont even know how I got off the track
I wanna go back, yeah!

Weezer - The Good Life

Ontem eu estava sentada com um casal de amigos num bar ouvindo chorinho e samba. Eu estava tomando uma coca-cola por conta da dieta, meu marido a quilômetros de distância cercada de pessoas fumando. De repente comecei a a me sentir um pouco morta no meio daquilo tudo. Já estou sem o sexo e sem as drogas, preciso de rock'n'roll com urgência. Liguei pra uns amigos roqueiros e lá fomos nós para o lugar que é certo se tudo mais falhar: a casa da diversão. Eu passei a noite tomando água mineral, mas, dane-se, eu estava no meu habitat natural, dançando e cantando as músicas que amo. Lá eu me sinto em casa.

Semana passada eu também fui a uma festa de rock. Fazia bastante tempo que eu não saía pra dançar e agora quando volto a fazê-lo sinto que estou de volta. Na semana passada eu entrei numa daquelas lógicas junkies: se consumisse 30 reais não pagaria a entrada de 10, então me pareceu perfeitamente razoável beber 30 "pra economizar". Mas não é a a bebida, não são as drogas de nenhum tipo: é o rock'n'roll que desencadeia em mim esta felicidade genuína, essa intensidade, alegria de estar viva. Percebi ontem ao passar a noite romando água e não lembrar da última vez que me diverti tanto. Eu passo sem sexo, passo sem drogas, mas nunca sem rock. Ele é pura pulsão de vida.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

The heart beats in its cage

Toda bandinha aspirante a rockstar deveria ouvir Strokes todos os dias pra entender como é que se faz rock'n'roll com um quê depressivo, porém adulto; meio bêbado, porém, não "drogadinho"; romântico e sexy, sem ser babaca e vulgar, entendiado, mas não derrotista. Rock'n'roll de quem não quer ser adolescente pra sempre e que sabe cantar como ninguém como é ter 20 e tantos anos nesse mundo de hoje, onde você acaba sendo adolescente por mais tempo mesmo e anda meio desiludido com tudo, mas de vez em quando vê surgir aquela intensidade que é pura vida. Rock'n'roll que vai bem numa balada, mas que não é hit de verão como a maioria das bandas de hoje que não sabem a diferença entre ter influências e plagiar descaradamente. Músicas de quem sabe rir de si mesmo, que olha para o mundo com descrença e ao mesmo tempo com paixão.

Desculpem a minha descrença com as bandas atuais, mas a hora que alguém me mostrar uma banda que escreva algo como a música abaixo (e não hits autoreferentes sobre sobre como você fica bem na pista de dança) eu posso tentar rever meus conceitos.

Heart In A Cage


Well I don't feel better
When I'm fucking around
And I don't write better
When I'm stuck in the ground
So don't teach me a lesson
Cause I've already learned
Yeah the sun will be shining
And my children will burn

Oh the heart beats in its cage

I don't want what you want
I don't feel what you feel
See I'm stuck in a city
But I belong in a field

Yeah we got left, left, left, left, left, left, left

Now it's three in the morning and you're eating alone

Oh the heart beats in its cage

All our friends, they're laughing at us
All of those you loved you mistrust
Help me I'm just not quite myself
Look around there's no one else left
I went to the concert and I fought through the crowd
Guess I got too excited when I thought you were around

Oh he gets left, left, left, left, left, left, left

I'm sorry you were thinking; I would steal your fire.
The heart beats in its cage
Yes the heart beats in its cage
Alright

And the heart beats in its cage

Um tédio só

Hoje enfim a programação da tv melhorou e eu assisti quatro filmes: A vida secreta das palavras, Um beijo a mais, Hannibal: a origem do mal e Caché. Isso quer dizer que passei o dia no sofá apática. Vi dois, dormi um pouco no sofá mesmo, depois mais dois. Dizem que isso é sinal de depressão. Bem, quem sou eu pra contrariar os especialistas?

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Ouro de tolo

A empresa que me fornece tv a cabo e internet está com o sinal dos canais de filme abertos durante 10 dias para incentivar a assinatura do pacote mais caro que dá acesso a esses canais. Logo que soube disso pulei de alegria, mas para a minha mais completa decepção os filmes "de graça" são bem ruinzinhos. Já comecei a assistir a uns 3 e desisti. Não tenho mais paciência para filme ruim. Se em 15 minutos ele não me conquista é pouco provável que melhore. Não vou desperdiçar duas horas de minha vida com lixo. Prefiro ver Lost.
Comédia política

Hoje passou no telejornal a convenção do Partido Democrata e a Hillary Clinton fazendo um discurso empolgado pró-Obama. Eu já falei sobre isso no meu antigo blog, bem antes das prévias, sobre o nome dos pré-candidatos Barack Hussein Obama (é, Hussein) e John Biden e sobre a piada pronta que seria a dobradinha Obama-Biden.
Pois bem, a profecia se concretizou e agora a imprensa nacional tolinha está toda entusiasmada porque os cabos eleitorais principais são uma pseudofeminista corna mansa e seu marido tarado do charuto.

Precisa ser estudioso do assunto para saber que a candidatura da Paris Hilton tem mais chances? Afinal, ela vai pintar a Casa Branca de rosa. And she's hot.

http://www.morraderir.com.br/videos/8864860dcb

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Mais uma do rádio

O programa que eu ouço é o que está no ar numa rádio de notícias no horário que lavo a louça. Lá estava a apresentadora e o enviado às olimpíadas fazendo um balanço e o moço relatou que não foi possível ver o encerramento da festa porque os telões das ruas foram desligados. A polícia de Pequim não gosta de aglomerações. As pessoas reclamaram um pouco, mas logo a políca chegou e todo mundo saiu fora. Aparentemente os dois consideraram isso um exemplo de organização, porque "imagina se desligam o telão aqui num jogo da seleção".

A grande imprensa nacional adora um fascismo. No rádio é ainda pior que no resto. As pessoas sabem que ninguém está vendo a cara delas e com isso tomam coragem para falar os maiores absurdos. Ontem ouvi uma entrevista com um ministro do Supremo que recentemente publicou um romance. Eis que lá pelas tantas a mesma apresentadora pergunta muito informalmente: "E aí, ministro, como era época da ditadura? O senhor era comunista... Foi preso, torturado?". Jesus, como uma pessoa pergunta uma coisas dessas desse jeito? A única resposta possível que me ocorre é que a jornalista em questão deve achar muito natural e legítimo que se torturem pessoas ou que a polícia baixe o cacetete no povo.

domingo, 24 de agosto de 2008

Liberdade insuportável

Meu gato fugiu ontem pela primeira vez. Eu e meu marido fizemos questão de não castrá-lo porque isso tiraria o que admiramos nos gatos, seu espírito livre e indomável. O veterinário sugeriu castrá-lo, amigos que têm gatos me sugeriram castrá-lo. But I said no, no, no. Chorei durante duas horas até que conseguir encontr-lo. Ele tinha pulado o muro e não conseguia voltar , eu o encontrei porque ele respondia ao som da minha voz. Eu tive tanto medo de perdê-lo! Lembrei da dor que senti quando perdi meu primeiro gatinho. Teria sido muito pior dessa vez. Ele é a minha mais constante companhia. Nos entendemos nos olhando e nossa amizade é forte e bonita. Não, eu não sou capaz de mutilar meu bichinho pelo capricho de tê-lo sempre ao meu lado. Os gatos já nasceram livres e eu não posso tirar isso dele. Ele vive comigo porque me escolheu, porque confiou em mim. Eu simplesmente não posso.

O motivo pelo qual se castram animais ou colocam crianças na escola é porque nós já fomos adestrados e não aguentamos ver tanta liberdade. Nós os educamos não porque é bom para eles, é para nossa própria conveniência. É insuportável para nós, seres domesticados, ver seres tão livres. Sei que esta não será a única fuga do meu gato e é possível que um dia ele nunca volte. Sofro só pensar nisso, mas é assim mesmo quando amamos uma criatura que é pura liberdade.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

My back pages


Foi em 2004. Eu tinha 24 anos e estava no auge da minha beleza física e pela primeira vez desde os 14 anos fui uma mulher solteira durante um período razoável. Foi também a segunda vez que tive o coração realmente partido. Foi a segunda vez que tive depressão séria (nem queiram saber como é) e o que mais me lembro foi ter sido tragada por uma sucessão de acontecimentos malucos tentando dar conta da insanidade temporária pela qual fui absorvida, tais como tomar cafá da manhã numa padaria da Paulista às 4h tarde vestida de Audrey Hepburn em Bonequinha de Luxo. Não sei se é a vida, seu sou eu ou se são os anos terminados em quatro. O fato é que 1994 foi um ano ruim e 2004 também.


Nunca fui uma boa solteira. Existem mulheres que não precisam de um homem para chamar de seu ou para se divertir, que estão satisfeitas com a própria vida e que são muito felizes assim. Não é lenda, eu conheço algumas, mas obviamente não sou uma delas. Eu era uma solteira lastimável, dessas que fala mal dos homens o tempo todo e jura de pés juntos que eles só servem para diversão e que no fundo está doida pra arranjar um namorado. E como solteira não é sinônimo de sozinha passei um bom tempo comendo quem aparecesse pela minha frente.


Foi bom, mas não recomendo. A relação mais saudável que eu tive nesse período foi com um homem 15 anos mais velho que desenhava por profissão e se metia em brigas de bar nas horas vagas. So fucking hot. Saímos durante mais ou menos quatro meses, sem muita continuidade porque de vez em quando eu sumia ou ele sumia ou os meus amigos não me deixavam encontrar com ele porque achavam que ele poderia ter um acesso de fúria e me bater. Isso nunca aconteceu, porque ele descontava sua raiva de um jeito muito mais agradável.


Nessa época eu gostava dos homens maus. Eu queria casar com o Wolverine ou com o Sean Penn. Nada a ver gostar de cafajestes, porque o Homem Mau não ilude ninguém. Ele desde sempre deixa claro que é um solitário e se você cria expectativas não é por falta de aviso. Todas as pessoas sensatas sabem que você se diverte com o Sawyer, mas que o Jack é que é homem pra casar. Eu pensava nisso todas as vezes em que estava a caminho da casa dele. Tinha uma igreja lá perto com uma placa em letras vermelhas:


"Todas as quartas aqui reunião do grupo dos Viciados em Sexo e Amor Anônimos"


Nunca deixei de pensar que aquela placa falava comigo, mas até hoje não sei se eu atendia o chamado por causa do sexo, do amor ou das duas coisas.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Evil


Eu sempre disse que não gostava de gente boazinha e eu achava que isso era porque eu me considerava muito esperta e cruel. Hoje eu percebo que o motivo de não gostar das pessoas boazinhas é porque em geral essas pessoas é que são verdadeiramente cruéis, só que cobertas pelas suas capas de civilidade. É como diz aquela música do Belle and Sebastian: I'm brutal, honest and afraid of you.


Há aí dois problemas com os quais eu não consigo lidar. O primeiro é a atitude boazinha. São os sorrisos doces demais, o tom de voz contido, a linguagem polida. Nada contra gente educada, isso é muito diferente. Parece que há um esforço para agradar, para não dizer nada que choque, para não quebrar o protocolo, para se comportar exatamente do jeito esperado, seja lá o que isso signifique. Sinto-me totalmente paralisada diante dessa atitude.


Pessoas boazinhas podem sempre contar com o trunfo da educação e por isso são capazes das maiores atrocidades com sorrisos nos lábios. Elas sempre podem se dizer mal-interpretadas, cheias de boas intenções. Nunca foi por mal, mesmo quando elas lhe metem uma faca sorrindo e lhe arrancam o coração. E você não reage, porque é muito rápido e você pode pensar que você mesmo entendeu mal. Pelo menos até adquirir alguma experiência com as pessoas boazinhas.


Em geral enho um senso de humor um tanto ácido. Eu me finjo de má para fazer rir, comparando crianças com cachorros ou homens a xampus. Pessoas boazinhas em geral não riem das tiradas com espírito de porco. E por serem assim tão boazinhas essas pessoas nunca passam por loucas, desequilibradas ou descontrolados. Mas em compensação dizem as coisas mais cruéis sem a menor hesitação, com uma naturalidade de corar Calígula. É por isso que eu não gosto de pessoas assim. Elas me dão medo.

domingo, 10 de agosto de 2008

Como é que se diz eu te amo

Quando eu tinha uns três anos o meu pai ia nadar no clube e me levava junto. Eu colocava os bracinhos ao redor do seu pescoço e ele nadava comigo pendurada nas suas costas. Uma vez eu quase me afoguei porque ele me pediu que ficasse na beira da piscina esperando por ele e eu quis ir atrás e quando ele percebeu estava do outro lado da piscina e teve que chamar ajuda porque não teria tempo de me salvar. Isso nunca me afastou das piscinas, mas anos depois eu e meu pai nos afastamos um do outro.


Meu pai passou o último ano lutando contra o câncer. Passou por uma radioterapia que não deu certo e uma cirurgia traumática e todo o horror que é receber o diagnóstico de uma doença que parece ser sinônimo de uma sentença de morte. Quando uma pessoa tem câncer a família inteira adoece. Temos que lidar juntos com a doença, com a dor, com os conflitos que toda família tem, com a possibilidade da morte e com a certeza de que a vida não pára.


E como a vida não pára, no Dia dos Pais do ano passado eu fui a um clube para visitar o salão onde me casei meses depois. Eu pensei em adiar o casamento, deixar pra depois que tudo estivesse acabado. Durante alguns meses tive que alternar o estresse de planejar um casamento com o estresse de ser a única companhia do meu pai em tratamento. Foi muito difícil, mas não me arrependo. O dia do meu casamento foi a primeira vez em meses que vi meu pai sorrindo de verdade, dançando feliz por ser pelo menos por uma noite o pai da noiva, não uma pessoa com câncer.


No dia dos pais do ano passado tinha um pai nadando no clube com a filha sobre as costas do mesmo pai e aquilo me fez chorar. Eu abracei meu marido e disse que não sabia nem se no próximo dia dos pais eu teria um pai e ali estava eu planejando um casamento quando eu não sabia nem em que condições de saúde ele estaria pra poder entrar comigo. No fim tudo deu certo. Hoje nós estivemos juntos no mais significativo Dia dos Pais da minha vida. Percebi que não era medo que eu sentia diante da cena da menina com o pai na piscina. Era pesar por todo tempo estivemos afastados e receio de nunca mais ter aquilo que tínhamos quando ele nadava comigo. Mas hoje eu sei que tenho isso de novo. E também sei que tenho muita sorte.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

A parte chata da coisa

Sexta-feira chuvosa. Minha amiga que vinha pra cá me fazer companhia não pode vir por causa da chuva. Peguei um resto de vinho, chocolate e meu computador. Na televisão está passando A Era do Gelo 2, mas não consigo prestar atenção ou achar graça. Tentei ir sozinha a uma festa, mas só tinha gente velha e chata lá, então eu olhei o salão no qual vivi o dia mais feliz da minha vida, dei meia volta e vim pra casa fazer companhia ao meu gato dorminhoco e destruidor de rolos de papel higiênico.

Eu sempre gostei da Odisséia, mas nunca me imaginei no papel de Penélope. Eu espero por você Ulisses, pelo tempo que for preciso, não importa quantas vezes eu tenha que tecer e desmanchar esta mortalha para tecê-la novamente. Tudo pra fazer o tempo passar bem depressa até você voltar pra mim.

Eu gosto de isolamento. Mas tem horas que é difícil. Tem horas que isso se chama solidão.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Estraga-prazeres

O problema de começar a se viciar em uma coisa que as pessoas já estão viciadas há tempos são os malditos spoilers. Sempre tem algum espertinho pra contar o que você não perguntou. É incrível, as pessoas não têm poder de síntese o suficiente pra comentar algo sem estragar a história. É infalível: você comenta com alguém que já leu um livro, viu um filme ou assistiu a uma série e em 99% dos casos a pessoa vai soltar um spoiler e estragar tudo. Eu namorei um cara que era especialista nisso. Sempre os comentários dele contavam o final ou quem vai morrer. Ou que haverá uma reviravolta, quando a pessoa acha que não está te contando dizendo que o final é "totalmente inesperado". Saco.

E o pior é que quando você grita "Não me conta!" a pessoa ainda quer insistir, dizendo que não compromete a história...

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Um vício chamado Lost

Geralmente sou muito desconfiada com coisas que todo mundo gosta. Desconfiada não é bem a palavra, eu tenho má vontade mesmo. Quando eu vejo coisas tanto as pessoas que eu considero muito inteligentes quanto as que considero muito idiotas gostam eu logo presumo que aquilo é ruim. Afinal, mesmo os mais inteligentes têm uns gostos terríveis de vez em quando.

Minha má vontade atual é o CQC. Eu já vi uma vez, é legal. Mas depois que eu vi alguns imbecis dizendo que adoravam eu comecei a antipatizar. Foi assim com o Lost, mas essa semana eu decidi me render. Estou vendo desde a primeira temporada e admito que é uma série muito boa. Bom roteiro, bons personagens, bom ritmo. E uns atores lindos também. Ontem eu assisti a cinco episódios seguidos. Meu gato não gosta muito da série, porque ele sempre dorme enquanto eu assisto. Os felinos são muito mais blasé e não ligam muito pra cultura pop.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Lonely, lonely, lonely time

Eu não sou antisocial, nem nada disso. Eu gosto de gente e de conversas, mas de vez em quando tenho a assustadora sensação de que me sinto melhor sozinha que na companhia das pessoas. Tenho passado dias a fio sem sair de casa na companhia do meu gato e eu me sinto tão bem! Esses dias alguns amigos vieram aqui e a gente bebeu e comeu pizza e foi ótimo porque eu só tive contato com as pessoas que eu queria, não tive que ouvir nenhuma conversinha idiota involuntariamente (nem voluntariamente porque eu só tenhos amigos inteligentes e divertidos). A verdade é que eu me sinto muito bem na minha própria companhia e se tiver internet, televisão e comida sou capaz de passar muitos dias sem ao menos pôr a cara na rua porque eu realmente gosto de ficar só. Eu não preciso muito de convívio social, eu só preciso um pouco das pessoas porque as pessoas são minha matéria-prima.

sábado, 2 de agosto de 2008

Vida de gato

Hoje eu vou passar o dia dormindo. Ocasionalmente me levantarei para comer e ir ao banheiro. Tudo no ritmo do meu gatinho, que me acompanha alegremente nessa tarefa de dormir. Só os gatos sabem o quão bom e necessário é dormir o dia inteiro. E observar a preguiça felina é um convite irresistível para me juntar a ele. É isso e depois passar a noite na boemia, mesmo que seja uma boemia indoor.

Porque nos gatos já nascemos notívagos.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Quando recordar é não viver

Uma vez eu escrevi um texto sobre a lei de Murphy dos shows de rock (ou pensei em escrever, porque eu tenho dessas, eu escrevo as coisas na cabeça e depois tenho preguiça de pôr no computador) . A primeira delas é que não importa a sua altura, sempre uma parede de gigantes se formará à sua frente. Do mesmo modo, não importa se você está no meio da muvuca ou lá atrás pra curtir o show calmamente, sempre um caminho de passagem se abrirá à sua frente ou ao seu lado e não adianta mudar de lugar porque ele vai te seguir, do mesmo modo que você vai sair batizado de suor de pelo menos umas duas dúzias de pessoas.

Agora eu somei mais item à lei de Murphy dos shows de rock: a praga das câmeras e dos celulares. Não importa se você adquiriu um torcicolo pra poder enxergar o palco (afinal há uma parede de gigantes e as pessoas estão passando ao seu lado); algumas dezenas de idiotas vão levantar celulares e câmeras tapando a sua visão. Você está fazendo um esforço hercúleo para enxergar o vocalista ao piano no fundo do palco e tudo o que consegue ver são as câmeras de pessoas que parecem estar mais preocupados em registrar o evento que em assisti-lo, sendo que no dia seguinte haverá mil vídeos igualmente mal-feitos no You Tube. Toscos.