domingo, 28 de fevereiro de 2010

Domingo de filme e panquecas

Hoje eu terminei de reescrever meu projeto de pesquisa, assisti a um filme ("Educação") e fiz panquecas. Eu tinha pensado em ir nadar no clube, mas estava chovendo, minha mochila suja e eu estava com preguiça. É tão bom não ter que sair de casa pra resolver nada. Não sei como tem gente que acha domingo deprimente. Os domingos sempre me trazem um sopro de vida, como na canção do Velvet Underground. Semana passada eu assisti a dois filmes ("A Onda" e "Julie e Julia") e almocei fora com meu amor. Hoje eu fiz panquecas, lavei a louça, lavei o cabelo. E me senti um pouco mais tranquila porque por hora estou com uma coisa a menos a me consumir.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Whatever gets you through the night

Um amigo tem um blog que só funciona quando ele esta solteiro. Se seus relacionamentos amorosos vão bem, o blog fica largado às moscas; bastou ficar sozinho que os textos fluem. Outro amigo praticamente só escreve sobre cinema, seja pra falar bem ou mal, são os filmes que despertam nele essa urgência. Da minha parte, eu escrevo quando estou mal, ou pelo menos quando há algo que me desperte alguma paixão violenta.

Percebi isso hoje quando me obriguei a sair do sofá onde confortavelmente assistia Grey's Anatomy na companhia dos meus bichanos. Eu tinha assistido Lost antes. E passaria o dia assistindo alguma coisa até anoitecer, quando então eu lamentaria o dia desperdiçado. Mas eu levantei e fui pra academia. Alguém já disse que o sol é o Prozac da natureza. Pois então a esteira é a Fluoxetina das máquinas. Ou você nunca reparou nas caras estupidamente sorridentes dos marombeiros?

Eu estava pensando nisso porque quando estou na esteira consigo organizar pensamentos disconexos e tenho grandes sacadas pro meu trabalho. Daí eu percebi que estava de novo pensando literariamente, com parágrafos e pontuação. Eu pensei que provavelmente esta é a terceira crise séria que eu tenho e provavelmente a mais assustadora, porque agora fugir não é mais uma opção e eu não posso mais me defender com meus antigos excessos. Não há outra opção senão ficar e resistir e é disso que tenho medo.

Qualquer coisa

Eu vou escrever sobre qualquer coisa. Não faz muito tempo isso funcionava bem pra mim. Mas agora tanta coisa mudou que eu não sei mais. Antes eu carregava o caos dentro do peito e agora até consigo racionalizar e tocar a vida. Mas eu não sei mais escrever, não sei mais chorar e já não consigo mergulhar em tantas outras coisas que me ajudavam a dar vazão quando eu me sentia tão triste quanto estou agora.
Simplesmente não faz mais sentido beber até cair, embora eu ainda goste muito de beber. E eu não conseguiria passar dias entorpecida, fazer mil farras com quase nada de dinheiro, acampar na casa dos outros sem uma muda de roupa sequer.

Todas essas coisas que fazem parte de uma época da minha vida que parece tão distante, mas nem faz tanto tempo. Eu não sinto saudade disso, propriamente, de todo descontrole, de toda a inconsequência, do meu desejo secreto de morrer, que nem era tão secreto assim. É que no meio de toda essa confusão eu ainda conseguia me localizar. Escrever me situava de alguma forma e, de algum modo, eu achava charmoso ter 20 e poucos anos e ser uma garota um tanto perdida no mundo.

Agora nada disso faz mais sentido. Nem mesmo comer montes de chocolates e toda a velha autosabotagem. Eu não me perco mais, o que deveria ser bom. Mas ultimamente eu tenho estado tão triste, tem dias que eu queria poder gritar e dar socos na parede como antes. Agora eu só consigo me entregar a uma letargia parcial, porque eu preciso levantar do sofá me alimentar e há louça suja na pia, tenho que pendurar as roupas que estão na máquina de lavar.

Então eu me obrigo a seguir em frente, tomo banho, alimento os gatos, telefono a um amigo, volto a fazer análise, visito meus pais. Mas a verdade é que eu não queria fazer nada disso, eu não sinto vontade de fazer nada. Se eu pudesse ficaria dias nesse sofá, checando e-mails que chegam e que eu não respondo, baixando filmes que eu tenho preguiça de ver e tentando fazer ir embora esse desejo de desaparecer, de dormir tanto tempo tentando acordar num mundo em que tudo está em seu devido lugar, um mundo em que eu tenho de volta minhas certezas, que meu lar novamente é cheio de alegria e que eu não tenho que assimilar coisas que são complicadas demais.

Mas eu não posso, então eu vou escrever sobre qualquer coisa. Sobre os filmes bestas que assisto, sobre as coisas banais que me irritam, sobre o meu peso, sobre o que eu almocei ontem. Quem sabe assim eu consigo me situar novamente, encontrar o meu lugar no mundo e escapar à terrível sentença das estirpes que vivem cem anos de solidão, do fardo de ser um Tenenbaum, da certeza de gauche na vida e dessa sensação de nunca pertencer a nada.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Vou criar outro blog. Depois eu posto o endereço aqui. Minha intenção é que seja algo menos pessoal, se é que é possível eu fazer algo que não seja pessoal (Aliás, alguém consegue fazer algo que não é pessoal? Como?). Um espaço pros meus resmungos sobre os meus assuntos "não pessoais" preferidos: política, jornalismo e rock'n'roll. É um trocadilho com a famosa tríade, sim. Se colocar sacanagem no lugar de politca e drogas no lugar de jornalismo vai dar na mesma.
Ainda não sei o que fazer com este blog. Acho que ele está bem ruinzinho, mas eu tenho essa necessidade de Zaratustra (o personagem de Nietzsche, não meu gato desaparecido) de falar para todos e para ninguém. Então é possível que eu mantenha meu bloguinho "confessional" (odeio essa expressão, que diabos isso quer dizer?!). É isso.

Enfim, 2010

Eu não gosto de carnaval. Não vou perder meu tempo dizendo os motivos, não gosto e acabou. Passo longe de qualquer folia e agitação e isso inclui viajar para lugares invariavelmente lotados nessa época. Contudo, apesar de detestar essa semana, tenho que concordar com o ditado que diz que no Brasil o ano só começa depois do carnaval. Voltei das férias há mais de uma mês e mesmo com um monte de coisa acontecendo, ainda me sinto um pouco devagar.
Passado o carnaval a vida retoma seu ritmo: as aulas recomeçam, vou continuar procurando emprego, vou finalmente começar a ter aulas de direção, meus gatos precisam ser castrados, o prazo pra terminar de refazer meu projeto está chegando ao fim, preciso voltar a frequentar a academia direito, retomar minha dieta rigorosamente e ainda tenho que preparar minha festa de aniversário de 30 anos. Parece cansativo, mas na verdade me dá um certo alívio. Enfim o ano vai começar.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Vamos lá, segunda-feira, acabe logo comigo. (Garfield)