segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Pretty. But what's the point?

Foi uma dessas conversas que começam em política e terminam em fofoca (assunto muito mais divertido, aliás). Estávamos falando daquele partido que era da ditadura e teve a pachorra de mudar o seu nome para o extremo oposto. Depois pulamos pro partido do pássaro. Meu amigo disse que gostava mais de um político desse partido que os dois últimos candidatos à presidência lançados por eles e arrematou:

- E ele pegou a miss.

Pois é, diz a fofoca que o tal governador pegou a vice-miss universo. Tosca. Tosca, tosca, tosca. O que tem de bonita tem de tosca. Porque além de contar com o já citado em seu currículo amoroso, a moça parece que vai casar com dos irmãos daquela banda que jura que é jura ser o Bee Gees nacional. Deus dá asas a cobra mesmo! Ah, eu com aquela beleza toda beleza toda lá queimar meu filme assim!

Isso me fez pensar na infinidade de mulheres bonitas com caras nada a ver. Caras nada a ver não são caras feios, porque há feios extremamente charmosos e interessantes, assim como há lindos extremamente babacas (Não vou dar exemplos porque texto fofoqueiro é assim mesmo, a gente só conta o milagre e o resto it's up to you). Faz tempo eu li numa coluna de fofoca metida a politizada (?!) que sai num grande jornal paulistano que a rainha da bateria de uma escola de samba estava há oito anos sem comer pizza pra manter o corpão. Oito anos!!!

Na hora eu pensei que a vida sem pizza não deveria vale a pena, mas agora que eu ando numas de dieta e malhação, andei reconsiderando. O problema é que a boazuda em questão namora aquele pagodeiro que foi em cana por associação com o tráfico. Aí é que eu digo, sobre ela, sobre a miss e sobre várias dessas moças sem critério: ser linda pra quê?

Ok, não me venha com sermão de que as mulheres também ficam bonitas pra si mesmas e não só pra arranjar homem que isso só é verdade em parte. A gente fica bonita pra arranjar homem (ou mulher, se preferir) e pra fazer inveja pra outras mulheres e, de vez em quando, pra ficar satisfeita por sentar sem que a barriga tenha três dobras. Só que a única coisa boa de ter uma barriga que não tem dobrinhas é se tiver alguém que te deseje ou te inveje. Dito isso, acrescento que sou mais eu com as minhas dobrinhas. Pelo menos o meu homem é interessante. E gato.

domingo, 28 de setembro de 2008

That's how people grow old

Minha geladeira e minha dispensa estão praticamente vazias há uma semana e eu ainda não criei vergonha na cara para ir ao supermercado porque finalmente consegui engrenar no texto da minha qualificação. Tem padarias e uma quitanda aqui perto de casa, dá pra ir me virando até o momento mais extremo, que é quando acaba o papel higiênico.

Comentei isso com uma amiga. Ela me disse que quando a gente tem que fazer supermercado é que vê que crescer é uma merda. Estranho isso. Outro dia eu falei pra outra amiga que acho ridículo essas coisas que fazem em casamentos de distribuir óculos de plástico colorido, boás e perucas. Ela (que é solteira, diga-se) me disse que vai ver que as pessoas fazem isso porque o casamento é uma coisa muito séria e é um jeito de ser criança pela última vez. É então que eu penso no mau que o romantismo continua fazendo pras pessoas.

Eu não sei quanto a você, leitor, mas eu não tenho a menor saudade da aurora da minha vida, da minha infância querida e dos anos que não voltam mais. Muito menos da adolescência. Se tem uma coisa que eu gosto é de ser adulta. Demorei mais de 25 anos e não vejo o menor sentido nesse saudosismo boboca.

Eu me casei e não fiquei careta, pelo menos não mais do que já era antes disso. I'm pretty much the same person, como diria o Belle and Sebastian. Eu ainda saio com meus amigos e danço até as 5h da manhã como se não houvesse ninguém olhando e me apaixono por pessoas, coisas e idéias - principalmente pelas idéias, a gente sempre se apaixona por idéias, de pessoas, de bichos e de coisas. Hoje eu assisti a um filme incrível, Estamira, e ele me arrebatou totalmente, tive que ligar pra uma amiga e falar de como me afetou. A vida adulta não mitiga a paixão, nada mitiga a paixão, só você mesmo. E nem preciso dizer que se você reduz paixão a sentimentos românticos-carnais somente, bem, você não entendeu nada e isso me faz sentir um pouco de pena.

A mulher que dá título a esse documentário é uma criatura fascinante. É claro que cada um vai enxergar a situação com os óculos que lhe convém, inclusive eu faço isso. Tem gente que olha e só vê miséria e sente peninha. Esses, coitados, não entenderam nada, não conseguem ver nada além do que está posto. Tem gente que vai ter olhares psicanalíticos e vai a todo custo classificar Estamira, vão querer medicar, tratar, normalizar e dar remedinhos. Mas Estamira está além disso tudo, ela não é como nós. Estamira é pura intensidade, é o amor fati e é também um corpo sem órgãos que chegou ao seu limite pra acabar com o juízo de Deus mesmo. Estamira fala que a morte é dona de tudo. Brilhante. Estamira não tem medo da vida. Por isso quando alguém me fala em saudosismo da infância eu tenho um ataque, porque se você chama isso de vida, baby, eu acho que há algo muito errado com você.

Até me passa pela cabeça que de repente essas pessoas tiveram infâncias e adolescências felizes, sei lá, tem de tudo nesse mundo. Não que eu tenha sido miserable a vida inteira, mas eu jamais concordarei com aquela música que fala da "pureza da resposta das crianças". Primeiro porque as crianças em geral são umas pestes, segundo porque a vida não é bonita, é bonita e é bonita. A vida é o que fazemos dela e o tempo é curto demais pra esses saudosismos bestas. É, fazer supermercado é uma merda. Sim, o casamento muitas vezes é um saco. Mas não diga que crescer é ruim, isso me ofende. I don't wanna grow up só fica bem na música dos Ramones.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Ai, meu São Bakunin!

Eu moro em casa e agora que estamos em época de campanha eleitoral minha garagem vive lotada de santinhos que o pessoal das campanhas joga pela grande. É insuportável, mas, coitados, essas pessoas ganham uma miséria pra distribuir esses papeizinhos e precisam se livrar deles. Provavelmente eu faria a mesma coisa. Sou contra o uso dos santinhos: suja a cidade e gasta papel. Mas até aí eu também sou contra o sistema eleitoral, a idéia de representatividade e ao Estado, então o santinho é o menor dos meus problemas.


Agora, quer me tirar do sério, me manda propaganda de candidatos por e-mail. Tenho uma boa tolerância pra porcarias enviadas pela web: piadas, power point, mensagens de "sabedoria", correntes. Em geral apago sem ler. Mas propaganda de candidato me irrita. Primeiro porque já não basta a minha garagem suja e ser bombardeada por isso em todos os lugares, ainda sou obrigada a ver nome de candidatos na minha caixa de e-mail. Segundo, porque eu sou anarquista. Todo mundo que me conhece sabe disso, se você tem meu e-mail sabe disso. Ora, não se manda e-mail de candidato pra uma pessoa que não vota. Isso é provocação!


Hoje recebi um e-mail de uma moça que eu nem conheço direito sobre o candidato que ela votará para prefeito. Eu ia apagar, mas resolvi dar uma resposta meio mal-educada antes: “Eu voto nulo. Por favor, não me mande mais esse tipo de e-mail”. Ah, faz favor! Eu não te conheço, não me interesso nas suas razões pra votar em alguém e não acho que isso te dê o direito de invadir meu e-mail com essas porcarias. Afinal, eu não estou mandando mensagens sobre o voto nulo pra ninguém. É, me deixa em paz. E vote nulo!

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Mens sana, corpore sano. Tá, mas quem limpa a minha casa?

Ok, vamos lutar contra o preconceito. Eu posso frequentar uma academia, fazer dieta e continuar inteligente. Afinal, eu leio Deleuze no trem. Tudo muito bacana, tudo muito bonito: comer direito, ir fazer exercícios, voltar pra casa e escrever a dissertação. Tudo funciona muito bem, desde que você não tenha que limpar sua casa. Limpar a casa cansa e dá preguiça de ir pra academia. E enche o saco, dando preguiça de ler filosofia pra terminar o mestrado.

Eu vejo essas revistas aí que promovem o mito da supermulher e sempre acho graça. Porque se fosse fazer tudo o que eles mandam, não precisa só precisaria ser rica, precisaria também ter um dia de 40 horas. E ter empregada, claro. Ou um exército de criados: um para cuidar do gato, um pra cozinhar, um pra pagar as contas na rua, um pra limpar a casa. Se fizéssemos tudo o que manda a Nova, a Boa Forma e afins, passaríamos boa parte do dia passando cremes no corpo e no cabelo, fazendo ginástica e indo ao banheiro. É, porque tomando toda a infinidade de chás pra emagrecer verde, chá branco, chá do Daime... teríamos que fazer xixi a cada cinco minutos. Isso sem contar os dois litros de água diários mínimos.

Longe de mim tentar ser uma "mulher de nova", essa criatura robótica fictícia e abominável. Só pra terminar o mestrado, comer direito e praticar uma horinha de atividade física diária eu já fico cansada e a minha casa, um caos. O que eu fico passada é que tem muita mulher correndo atrás desse modelo bisonho. Mas aí já é um caso de mens insana.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Wolf like me

É como ter um diabo por dentro.

Não, você não tem idéia do inferno que é ser eu.

Não me diga o quanto a vida é boa,

nem me enumere os motivos que tenho para ser feliz,

levantar as mãos para o céu e agradecer.

Eu sei de todos eles

e nenhum deles é capaz de acalmar

este cão feroz que reside em meu peito;

o demônio que ruge e que me empurra para a destruição.

Não importa os motivos que eu tenha para ser feliz,

- e eu o sou, Deus, eu o sou e boa parte dos dias;

há sempre períodos em que tenho vontade de enfiar uma furadeira na cabeça

e acabar com tudo.

São dias que vem e vão, vão e voltam

eu simplesmente não posso impedi-los,

eu simplesmente não posso evitar.

Não me sugira remedinhos, pílulas mágicas da diversão sem culpa,

entorpecimento dentro da legalidade,

fábrica de zumbis.

Não me receite terapia, um hobby ou arranjar um emprego. Quem você pensa que é pra me recomendar alguma coisa?

Não me julgue, não me analise. Não me classifique,

coisa interpretável, passível de receitas prontas, fórmulas, normalização.

Se quiser, dê-me sua mão. Fora isso, deixe-me em paz.

Não quero sua piedade, não quero soluções e respostas. Isso só eu mesma poderia dar.

Mas ainda não sei, duvido que venha saber um dia.

Tudo o que posso fazer é conviver isso, sozinha.

Não, você não tem a menor idéia do inferno que é ser eu.

domingo, 21 de setembro de 2008

Passión

Eu preciso estar apaixonada pra viver. Quando não estou apaixonada apenas existo. Sou um desses seres vivos, que nascem, crescem, se reproduzem e morrem.

Preciso estar absolutamente encantada por alguém ou alguma coisa. Um homem, uma idéia, um bicho, uma canção. Jamais saberei o que é ser um ser humano equilibrado que divide seus dias e sua vida como quem separa suas roupas em pequenas gavetas. Isso eu só faço quando não há dentro de mim essa intensidade que é o que me move e faz viver.

Empurro com a barriga as obrigações da vida doméstica, o trabalho, as convenções sociais, os cuidados de si e então as pessoas normais e equilibradas me dizem que eu nunca estive tão bem. Elas não sabem que quando tudo está alinhado, perfeitamente distribuído é porque eu estou meio morta aqui dentro. Eu preciso de paixão pra viver e isso necessariamente me bagunça a casa, atrasa as contas e sabota minha dieta.

Mas ela me tira da vida de zumbi que a maioria das pessoas vivem e tenta me convencer que é bacana. Hora pra tudo, hora acordar, hora pra comer, hora pra trabalhar, hora pra foder, hora pra se foder. Tudo em seu devido lugar como se a vida fosse um lindo armário cheio de gavetinhas e prateleirinhas arrumado por um obsessivo-compulsivo. Tudo trancado lá dentro, atrás de portas lindas, brilhantes, nem uma marca de dedo sequer.

Quando estou apaixonada tudo mais pode estar desmoronando que eu estou plena em minha pequena alegria. Mas a paixão é fogo e finita e logo se esvai, do mesmo jeito que apareceu. Passa a fazer parte da paisagem. E eu sempre quero mais. Eu preciso de mais.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

É que o meu marido não deixa

Eu e minha mãe inventamos a melhor desculpa pra nos livrarmos de vendedores, telemarketing e afins. Não importa o quanto você diga que não está interessada no produto deles, que não tem dinheiro, não quer. Eles sempre vão repetir o texto e tentar te vencer pelo cansaço. A única desculpa universalmente aceita é dizer que o marido não deixa.


-A senhora gostaria de estar pedindo o cartão xxx?

-Não, moça, meu marido não deixa.

- Mas senhora...

- Olha, preciso desligar que ele não gosta que eu fique no telefone. Preciso terminar de fazer a janta.


Juro, dá certo. Um dia desses a minha amiga ficou revoltada porque se recusou a pagar 800 reais num peeling e a dermatologista veio com as opções de parcelamento e até perguntou se ela não queria “conversar em casa”. Era só ter dito que o marido não ia deixar. Tá certo, ela não é casada, mas isso não importa, a pessoa não vai pedir sua certidão de casamento ou seu atestado de união estável.


Isso me fez pensar que se esta desculpa é universalmente aceita é porque tem alguma coisa bem grave que continua acontecendo. Os maridos não deixam, não gostam, não querem. Uma vez eu saí da mesa porque a esposa do meu primo estava contando que tem que fazer almoço e janta todos os dias porque o marido “não gosta” de comida requentada. Eu quis ser solidária dizendo que isso é chato, porque afinal a menina também trabalha o dia todo e ainda tem que chegar em casa e cozinhar. Mas aí ela me disse que ele não gosta que ela trabalhe e eu não suportei mais a conversa e dei a velha desculpa do “vou pegar um refrigerante e já volto”. E quando eu digo refrigerante, eu quero dizer cerveja.


Até aí tudo bem, tem gente que merece ser otário e eu não fico com peninha, não. Se a menina quer fazer janta depois de trabalhar o dia inteiro é problema dela. Então eu comecei a pensar que está pra nascer o homem que não vai me deixar fazer alguma coisa. Mas lembrei que o meu marido também não me deixa fazer algumas coisas. Ele não me deixou subir no palco do Iggy Pop (na verdade ele teve que me segurar e eu bem que tentei me livrar) e não gosta que eu use drogas pesadas. Isso quer dizer que em alguma instância eu também sou uma mulherzinha.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Popularizou, estragou

Eu sempre digo que se você acha que as coisas não podem ficar piores é porque te falta imaginação. Pois é. Não bastasse o celular ser esta coisa insuportável que nos torna localizáveis o tempo todo, sempre dá pra piorar. Pra começar somos obrigados a saber da intimidade das pessoas porque elas não têm o menor pudor em conversar tudo em público, falando alto, muito alto. Sem falar nos toques inconvenientes. Aí algum nerd que odeia o mundo achou que seria muito legal transformar o aparelho em walk-man. Até que resolveram tirar o fone de ouvido do aparelho!

Antes esses aparelhos eram caros, mas agora, não. Todo mundo tem um celular que toca música. É o famoso "popularizou, estragou". Pra todo canto que a gente vai tem alguém com o maldito aparelho disposto a compartilhar com o mundo o seu péssimo gosto musical. No trem, no ônibus, na rua, na chuva, na fazenda. É um inferno. O que houve com os fones de ouvido, meu Deus?!

Outro dia eu fui almoçar num shopping - raramente vou a shoppings e quase sempre que vou me irrito - e lá estava um cara com o laptop aberto sobre uma das mesas vendo clipes com o volume nas alturas. Mais um exemplo de que popularizou, estragou.

Eu sei, este post está meio elitista. Mas quando notebook era caro não se viam presepadas desse tipo por aí. A mesma coisa com celular. Ou não se viam ou sou eu que sou pobre. Enfim, é insuportável, mas eu não me espanterei se ficar pior.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

A sociabilidade da balada

A pista está vazia e todas as maquiagens e cabelos estão inteiros. As pessoas chegam em grupos e vão direto ao balcão. Quase todos tomam cerveja. É costume nacional e é mais barato. As águas só começam a sair daqui a duas horas, quando a pista de dança estiver fervendo e os suores começarem a escorrer pelos rostos ou quando a bebida já subiu pra cabeça.


Dali a pouco a pista de dança está lotada e alguém irá se queimar no cigarro de outra pessoa. No dia seguinte as roupas estarão insuportavelmente fedidas, mas isso não importa. A vida está acontecendo e é maravilhosa, porque você não tem mais 20 anos, não mora com seus pais, e é adulto o suficiente pra todas as coisas boas e ainda é jovem o bastante para que a música entre em seu corpo e te possua como um espírito. Dançar, dançar até quase de manhã, parando apenas para tomar mais uma cerveja ou ir ao banheiro. Essa é a sua música, essa é a sua vida e você nunca foi tão feliz enquanto canta os hits de sua adolescência com seus amigos e até ficar rouco.


Na sociabilidade da balada as mulheres estão sempre vestidas de modo mais charmoso que no cotidiano enquanto a maioria dos homens está do mesmo jeito de todos os dias. Elas dançam e jogam os cabelos, eles ficam pelos cantos fazendo uma cara blasé. De repente a pista esvazia um pouco e quando você percebe há vários casais se beijando encostados na parede. Que beijos! Percebe-se imediatamente a diferença entre namorados e quem nunca se beijou antes, porque só quem nunca se beijou antes beija daquele jeito.


Mas você não está lá pra isso. Uma das vantagens de estar comprometido com alguém é o fim da ansiedade de sábado a noite. Dá um pouco de saudade de solteiro, mas dali a pouco será a hora da xepa, o fim da feira. Os caras estarão mirando as bêbadas e as bêbadas mirarão quem for minimamente gentil. A pista de dança vira palco dos últimos xavecos, dos bêbados e dos mais resistentes. Hora de ir embora, você não tem mais idade pra essas coisas. Então você vai pra casa alegre pela ótima noite e, se tiver sorte, feliz porque apesar do clima de pegação, há apenas uma pessoa com quem você gostaria de estar. Pena que ela não estava ali na festa.

sábado, 13 de setembro de 2008

As noivas da semana

Pára tudo! Alguém viu as fotos do casamento da Sandy? Que vestidinho feio!!! Ela já não é nenhuma beldade, mas quando a mãe da noiva fica mais bonita que ela no casamento alguma coisa está muito errada. Ano passado a Wanessa Camargo arrasou num tomara-que-caia muito chique. Errou no sapato, mas estava belíssima. Já a outra usou um vestido que deve ter sido caríssimo e que tava ali com os modelos mais baratos da Rua São Caetano (a rua das noivas de São Paulo), sem falar no cabelo totalmente equivocado.

Já repararam que essas mulheres que se mantém macérrimas são todas muito cabeçudas? Não as modelos porque essas têm a genética ao lado delas, são secas mas são proporcionais. A Sandy é uma dessas cuja cabeça deve corresponder a um quarto do peso total dela, assim como a Angélica, outra que gosta de surgir em público com cabelos e figurinos terríveis. Pois é, a irmã do Júnior usou um penteado que deixava a cabeça dela ainda maior. Péssimo.

Essa semana quem casou também foi a Juliana Paes. O vestido até que era bonito, mas excessivamente decotado pro meu gosto.Você vai cortar o bolo, querida, não sair de dentro dele! Tá certo que less is more, mas não vamos exagerar, né?

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Escrotices cinematográficas

Tem esse programa de rádio que eu ouço numa rádio AM de um grande grupo de mídia de São Paulo. Eu não gosto muito de noticiários porque normalmente eles me deixam irritada ou me fazem rir da imbecilidade dos apresentadores e repórteres. É leitor, eu sou uma vaca elitista que acha a maioria das pessoas idiotas, sobretudo essas que vestem a fantasia de "formadores de opinião" e usam o lugar que lhes é dado para soltar suas asneiras por aí. Coisas que pessoas comuns teriam receio de falar numa mesa de bar, mas como jornalista se acha intelectual vai palpitando pra tudo quanto é lado como se ele fosse o sábio do século 21 e não um reles empregado cuja legitimidade para falar ao está necessariamente associada ao lugar que ele trabalha. Grosseiramente falando, são peões que juram ser a rainha do tabuleiro.

Mas enfim, eu ouço esse programa de rádio enquanto lavo a louça porque preciso me manter minimamente informada por causa da minha atividade ganha-pão. Ao contrário da palavra de ordem que repete desde que somos criancinhas que isso é vital, eu não dou a menor importância pra isso a não ser na medida que isso me irrita e/ou me diverte ou que me serve de material para de pesquisa pra falar o quanto a mídia nacional é tosca. Pois bem, lá estava eu quando o crítico de cinema do jornal mais velho de São Paulo começa a falar sobre as estréias da semana. Entre as asneiras óbvias (achou Hellboy 2 excessivamente fantasioso, como se isso não fosse esperado num filme baseado numa HQ) o imbecil me solta dois dos comentários mais machistas e preconceituosos que já ouvi.

Primeiro ele estava falando de um filme sobre algum líder espírita que é dedicado "às crianças vítimas do aborto" e me arremata dizendo que o filme é sobre "as mulheres que resistiram ao aborto". Porra, como se aborto fosse uma torta de chocolate! Como se fosse muito fácil tomar esta decisão, mesmo que você seja completamente ateu. Como se as mulheres ficassem grávidas só pra ter que passar por este processo que nunca deixa de ser traumático e arriscado, já que se alguma merda acontecer elas não podem recorrer a ninguém. Filho da puta.

A apresentadora, que normalmente é bem idiota, até tentou consertar e disse que o filme mostra o outro lado da questão, mas o sujeito não se contentou e fechou o programa com chave de cocô. Ele estava falando de um musical francês que é bem "filme de arte" e aí solta o seguinte petardo: "acho que vai fazer muito sucesso nas salas do shopping Frei Caneca"(esse shopping, pra quem não é de São Paulo, é conhecido por ser bastante frequentado por homossexuais).

Sério, por que deixam esse ser falar e escrever alguma coisa em público? Eu fico pensando se ele tem a ousadia de escrever isso no jornal em que é colunista. Escroto!

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Preciso de um namorado

Preciso de um namorado. Não, marido não serve. Eu já tenho um. Mas poderia até ser ele, de preferência teria que ser ele. Não importa a figura, importa a função.


E o que eu precisava agora era de um namorado.


Namorado para ir ao cinema de mãos dadas aos fins de semana. Eu sei, dá pra ir ao cinema com os amigos. Mas eles não nos protegem do implacável ar condicionado. Isso quem faz é namorado.


Namorado para ver televisão no sofá de casa. Eu sei, posso fazer isso com o meu gato. mas ele não responde aos meus afagos com a urgência que eu necessito. Porque eu também tenho alma de gato e tudo o que preciso é de comida, uma cama quentinha e muitos afagos. Afagos de namorado.


Namorado para fazer amor várias vezes por dia porque nos queremos mais que tudo. Eu sei, você pode fazer amor com qualquer pessoa. Mas o ideal quando você é casado é que essa pessoa seja seu cônjuge. Só que ninguém faz amor com um namorado. A qualquer hora, sobre qualquer superfície disponível, em qualquer lugar parcialmente discreto. Fazer amor de modo que eu bata com a cabeça na parede, que me segure com força, que ele quebre uns fios do meu cabelo por causa da sua urgência desastrada de amar. Que eu fique cansada e me atrase pros meus compromissos porque eu tinha que ter você neste exato momento. Porque o amor dos namorados tem pressa e não aguenta esperar.


Namorado pra não ter que pensar no futuro. Namorado presente. Você aqui, mesmo que de vez em quando me deixe maluca porque você agora é marido e nem sempre se lembra de ser namorado. É do namorado que eu sinto saudade. É de você, meu bem.