sábado, 27 de fevereiro de 2010

Whatever gets you through the night

Um amigo tem um blog que só funciona quando ele esta solteiro. Se seus relacionamentos amorosos vão bem, o blog fica largado às moscas; bastou ficar sozinho que os textos fluem. Outro amigo praticamente só escreve sobre cinema, seja pra falar bem ou mal, são os filmes que despertam nele essa urgência. Da minha parte, eu escrevo quando estou mal, ou pelo menos quando há algo que me desperte alguma paixão violenta.

Percebi isso hoje quando me obriguei a sair do sofá onde confortavelmente assistia Grey's Anatomy na companhia dos meus bichanos. Eu tinha assistido Lost antes. E passaria o dia assistindo alguma coisa até anoitecer, quando então eu lamentaria o dia desperdiçado. Mas eu levantei e fui pra academia. Alguém já disse que o sol é o Prozac da natureza. Pois então a esteira é a Fluoxetina das máquinas. Ou você nunca reparou nas caras estupidamente sorridentes dos marombeiros?

Eu estava pensando nisso porque quando estou na esteira consigo organizar pensamentos disconexos e tenho grandes sacadas pro meu trabalho. Daí eu percebi que estava de novo pensando literariamente, com parágrafos e pontuação. Eu pensei que provavelmente esta é a terceira crise séria que eu tenho e provavelmente a mais assustadora, porque agora fugir não é mais uma opção e eu não posso mais me defender com meus antigos excessos. Não há outra opção senão ficar e resistir e é disso que tenho medo.

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