domingo, 30 de agosto de 2009

Tristeza

Zaratustra está sumido desde terça-feira. Ele nunca ficou tanto tempo fora e a cada dia que passa eu fico mais triste e menos esperançosa de que ele volte. Já ouvi relatos de gatos que sumiram por 10 dias e tento me manter firme, pensar que uma hora ele volta, embora tenha passado da hora dele voltar.
Amanhã vou colar cartazes pela vizinhança. Há uns dias ele estava aqui alegrando nossa vida e agora tudo o que eu tenho dele são fotos e uns pelos espalhados pela casa. E muita saudade.

sábado, 22 de agosto de 2009

A saga da vida de estudante

Não prestei o doutorado imediatamente após a minha defesa porque queria um tempo pra me organizar. Decidi que não iria desistir de fazer numa pública sem tentar antes. Então eu comecei a fazer aula como aluna especial, a ler a bibliografia da prova e a pensar num projeto. Só que as provas são em outubro e bateu um desespero. Será que vai dar tempo de ler tudo e escrever um projeto decente? Isso porque eu ainda nem falei com a orientadora, parte fundamental do processo.

Se eu prestar no ano que vem terei tempo pra me dedicar a isso e fazer a coisa muito bem feita: um projeto de pesquisa pra matar a pau, destrinchar a bibliografia e ainda arrasar na prova de francês. Mas se eu esperar mais um ano pra entrar na USP é o tempo que eu faço um ano de créditos do doutorado na PUC e fico mais perto de receber a bolsa. Por um lado seria bom ficar na lá mesmo, eu adoro a PUC e me sinto muito segura lá. Mas por outro tem a questão financeira, que pesa bastante e o fato de que não há muita novidade.

Some-se a isso a minha crise existencial sobre o que estudar. Eu tinha um plano que várias pessoas acharam bom, mas será que eu quero isso pra minha vida? Oh, céus! É nessas horas que um analista faz falta.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Do caos à lama

Depois de quase dois meses sem beber, decidi experimentar algumas marcas de cerveja sem álcool. A Itaipava é muito ruim, parece cerveja choca. Mas a Liber é boazinha. E eu não sei se era a vontade louca de tomar uma cerveja, mas até que me deu um baratinho.

Lama, muita lama.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Uma constatação

A depressão sem cigarros e sem álcool é ainda mais deprimente.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Eu daria uma boa frankfurtiana

Tenho blog há anos. Uso MSN e e-mail diariamente. Sinto falta do meu computador quando viajo. Gosto de baixar séries, filmes e músicas.Mas daí a achar que a Internet e as novas tecnologias são a salvação da lavoura é demais pra minha cabeça. Deixei o jornalismo pra me dedicar à pesquisa, mas ao invés de fazer como as pessoas espertas fazem (largar o jornalismo e estudar outra coisa) eu fui justamente estudar o que queria deixar pra trás. O resultado é que as babaquices relacionadas à comunicação me perseguem.

Comecei a ouvir falar de Internet em 95. Na época eu morava em Macapá, um lugar que não tem banda larga até hoje, então durante muito tempo isso não me dizia respeito. Três anos depois fui fazer faculdade de Comunicação Social em Belém e comecei a ter contato com a coisa. Gostei. Era bom trocar e-mails, me comunicar com quem estava longe, baixar músicas, pesquisar sobre os assuntos que me interessavam. Mas eu nunca, nunca mesmo pirei na idéia que estampava capas de revistas semanais quando eu fiz vestibular: a ilusão de que a Internet era a democratização da informação, que todo o conhecimento do mundo estava ao alcance de todos, blábláblá.

Mas teve gente que acreditou nisso. Então as pessoas acham que só porque os pobres entram no cyber pra usar Orkut e MSN estamos vivendo a era da democracia da informação, inclusão digital e que agora temos muitas fontes de informação porque os jornalistas têm blogs. Rá! Agora tem o tal Twitter e mais uma vez as revistas comerciais e os acadêmicos ingênuos anunciam como a nova revolução da informação. Socorro!

Eu acho que há, claro, muita coisa boa na Internet, mas acho desnecessário dizer isso porque já há muita gente incensando a rede. O problema é que os jornalistas empolgados e os acadêmicos tolinhos ainda não entenderam é que a simples existência de uma nova ferramenta de comunicação não muda o modo e adquirir informação nem cria uma geração mais intelectualizada.

Porque quem não teve uma formação sólida (e eu não me refiro apenas à educação formal, mas a uma educação política) não vai entrar na Internet pra ler sobre o cinema iraniano, visitar sites de mídia independente do Iraque ou ter acesso a obra de artistas do interior da Malásia. Quem era tapado antes da Internet vai continuar depois dela, só que com perfil no Orkut, repassando corrente por e-mail e se sentindo politizado porque vai com a maré de digitar @forasarney no Twitter.

No começo do século passado Walter Benjamin tinha horror à reprodutibilidade técnica da arte (basicamente porque tudo se banalizava) e ao cinema, por causa da catarse coletiva que este criava e à perda da experiência e da capacidade de narrar. E olha que ele não conheceu a tevê! Eu tenho horror a essa idéia de democratização da informação, porque a rarefação dos sujeitos que falam continua aí e tenho horror da falta de percepção de que estamos sendo condicionados para pensar em 140 caracteres (pra quê desenvolver raciocínios mais complexos, né?) e ainda tem gente que acha isso bacana.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

O que eu fiz hoje

Hoje fiz as unhas, terminei de escrever um artigo acadêmico, lavei o quintal, fiz o almoço, enviei meu artigo pra um congresso, dei uma sonequinha com o Zaratustra, fui à academia e fiz um treino de quase duas horas, tomei banho, passei um monte de cremes, vi novela e ainda vou estudar um pouquinho antes de dormir e quem sabe verei um ou dois episódios de Dexter no computador. Um dia muito produtivo e satisfatório.

Realmente, o tempo rende quando não passamos o dia vendo tevê ou vadiando na Internet.

domingo, 9 de agosto de 2009

Ter gato é como ser mãe de um moleque

Um dia ele aparece com a orelhinha rasgada. No outro a vizinha reclama das danações que ele faz. Na última semana Zaratustra me deu mais uma prévia de como é ser mãe de um moleque danado: chegou em casa mancando, provavelmente por causa de briga na rua (estava com um arranhão atrás da cabeça e outro, maior, na perna onde mancava). Eu fiquei apavorada, chorei, pus de castigo. Mas assim que ele melhorou lá foi ele pular os muros da vizinhança de novo.
Isso foi há dois dias. Hoje ele apareceu em casa com uma cor amarronzada, como se tivesse rolado na terra. Ele gosta de se esfregar no chão ou passar a cara por baixo dos carros e ficar com um aspecto de mecânico. Ele tomou banho esta semana, mas não importa, ele se recusa a permanecer limpo, branquinho e cheiroso. Lembrei de quando meu irmão voltava da escola com a camiseta que tinha sido branca, toda amarronzada e a perplexidade da minha mãe que dizia "esse moleque só pode rolar na terra". Pois é, meus amigos. Quem não tem filho caça com gato.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Ganho secundário

Não tenho escrito muito aqui porque parece que finalmente consegui atingir certo equilíbrio entre meus afazeres. Estou academicamente produtiva, tenho ido à academia diariamente e tenho conseguido manter minha casa razoavelmente limpa e arrumada há mais ou menos um mês.

Eu sempre me perguntei como seria a vida das pessoas "normais" que dividem seu tempo em pequenos blocos e têm uma vida organizada e sem grandes ondas que desestabilizam tudo periodicamente. Pois é, eu acho que cheguei nesse estágio. É esquisito, mas não é ruim.

A parte chata é que a minha escrita criativa está cada dia mais moribunda. Previsível, uma vez que eu não acredito em técnica pra esse tipo de coisa e não acredito em escritores que não fumam, não bebem e vão diariamente à academia.

Uma amiga psicóloga me disse que eles chamam esse tipo de coisa de ganho secundário. Você sai perdendo no front principal, mas até que por outro lado tem suas compensações. A literatura havia sido o meu ganho secundário pra minha existência depressiva e pro meu turbilhão interno (meu amigo Carlos costumava dizer que pra escrever certas coisas era necessário ser escravo das próprias emoções). Agora é a vida simples e tranqüila que compensa a falta que a literatura faz na minha vida.
Minha conclusão é que ganho secundário é coisa de gente doida.