terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Vegetando

Eu confesso: gostaria de ser vegetariana. Acho chique. Minha amiga me disse que chique é comer um filé mal-passado num restaurante fino. Concordo. Mas como tenho pouco dinheiro, meu padrão de finesse é um pouco mais baixo. Há mil razões pelas quais as pessoas param de comer carne que vão de simpatia para com os animais a uma postura política anticapitalista, passando por preocupações com a saúde e o meio ambiente. E tem a moda também. Tem. Conheço vários vegetarianos, a maioria tem dó dos animais ou critica a indústria da carne, ou as duas coisas, mas tem uma meia dúzia que o faz porque é cool. E eu, dentre todos os motivos que existem para isso fui escolher o mais fútil.

Mentira. Não é só porque eu acho chique. Acho comida saudável uma delícia! Há muitas possibilidades alimentares quando você deixa de pensar que uma refeição tem que ser composta de um carboidrato, uma salada e uma carne. E os vegetarianos sabem disso como ninguém e são supercriativos na hora de cozinhar. Usam mil temperos diferentes, misturam ingredientes, preparam de forma inusitada. Engana-se quem acha que ser vegetariano é ficar refém da soja. Um dia desses eu jantei um hambúrguer de lentilha e de sobremesa, um alfajor. Ambos eram feitos sem nada de origem animal, ou seja, veganos. E pra minha surpresa, uma delícia.

E tem a saúde também. Sempre achei isso meio babaca, mas depois que alguém da sua família tem câncer você começa a dar importância a certas coisas. Parei de fumar, comecei a praticar exercícios regularmente e melhorei minha alimentação. Agora começo a me sentir próxima para dar o próximo passo.
O grande problema é a minha antipatia. Ao mesmo tempo que eu acho chiquérrimo ser vegetariano, acho os vegetarianos um pé no saco. Mesmo os mais legais (leia-se, meus amigos) me dão nos nervos de vez em quando com sua atitude de superioridade chamando os demais de “carnívoros”. O ar de superioridade eu entendo totalmente, mas não a burrice. Carnívoro é o leão, que caça e come suas presas ainda com o sangue quentinho, só isso, nada de saladinha ou um pãozinho pra acompanhar. Isso quem faz é o ser humano e o nome correto é onívoro.

Enfim, eu ainda tenho que pensar direito nisso. Sei que jamais serei vegana, porque a vida sem queijos e demais laticínios não teria muito sentido para mim. Mas acho que viveria bem sem carne. Seria duro ir a um churrasco e ter que deixar passar aquela picanha tenra e ainda levemente sangrenta. Ou ir a Belém e não me esbaldar nos peixes e camarões. É, pensando bem, acho que o máximo que eu poderia almejar seria me tornar “peixetariana”. Ou então deixar tudo como está, já que eu como bem pouca carne no meu dia-a-dia mesmo. O que eu queria com isso era ter legitimidade pra por aquele “V” na minha foto do Orkut. Chique no úrtimo!

3 comentários:

Unknown disse...

Mas carne não faz mal À saúde.. depois da dieta da proteína, todo mundo dizia q meu colesterol estaria nas alturas e cá estou eu com exames exemplares... é só não exagerar. 3x por semana de carne vemelha já está bom. Eu quero é ver um vegetariano-raiz, daqueles que não comem nadinha de origem animal ter uma hemoglobina-padrão acima de 13. Eu quero é ver ^^

Syntia disse...

Fhu, vc já está "com cachos" de saber o que eu acho dessa coisa de ser vegetariano, vegan e o que o valha! Mas, vou resumir tudo em uma frase: QUEM É QUE PAGA AS MINHAS CONTAS???? Ah, tá, então o que eu como é problema meu!!!!! E, como diria um rabino que eu conheci qdo trabalhei no Centro da Cultura Judaica, "o mal não é o que entra na boca do homem, mas o que sai dela", e com tantas bobagens medíocres que os "chatos do capim" falam, certamente eles não sabem dessa linda filosofia judaica progressiva!
Bjos e bom natal!

Anônimo disse...

Acho que também não suportaria cortar a picanha. Iria ter recaídas, com certeza. rs