segunda-feira, 28 de julho de 2008

Incesticide

Nirvana foi uma das primeiras bandas pelas quais me apaixonei. Dessas que a gente ouve tanto que decora a sequência das músicas no disco. No meu caso era fita, porque eu era uma adolescente muito dura que só tinha dinheiro pra comprar fitinhas uma vez por mês e copiar tudo que seus amigos tinham. Era uma época interessante. Não tinha essa facilidade de acesso porque não existia internet e eu morava no Amapá, onde a falta de público fazia com que o acervo de rock em lojas fosse praticamente inexistente. Tínhamos apenas Bizz e a MTV, no tempo que essas coisas prestavam. Em compensação, todos os roqueiros da cidade se conheciam e trocavam música entre si.

Eu conheci Nirvana pela MTV. Os discos eu fui conseguindo aos poucos, emprestando e gravando de quem tinha. Como aquilo era bom! Mas os anos noventa acabaram e eu segui em frente e fui ouvir outras coisas. Por um tempo fiquei até um pouco irritada com o culto à banda porque aquelas pessoas nem tinham saído dos cueiros em 1994 e estavam se apropriando da MINHA BANDA. Ah, como eu chorei quando Kurt Cobain morreu. Cacete, ele tinha só 27 anos. Na época eu tinha 14 e isso me parecia muito. Mas agora que eu já vivi um ano a mais a mais eu fico passada e penso, cacete, ele tinha só 27 anos.

Hoje eu escutei o Incesticide. Acho que faz anos que eu não ouvi esse disco. Cacete, como é bom! Isso me faz pensar na quantidade de bandas medianas que há hoje. Deve haver uma meia dúzia de bandas em atividade que eu vou ouvir daqui a 15 anos e vou ter essa sensação de que o disco não envelheceu um só dia, que eu não envelheci um só dia, porque só quem tem o rock'n'roll correndo na veias sabe o que é que explode dentro de si quando se ouve um disco realmente bom e que faz você cantar a plenos pulmões e que torna o dia mais feliz, ainda que cante sobre as piores mazelas do mundo. Como diria Lou Reed, despite the complications, you know you can just dance to rock'n'roll station. And you know it's alright.

Oh, yeah.

2 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Mana, eu fui no show do Nirvana. Praça da Poteose - Rio de Janeiro. :**