segunda-feira, 15 de junho de 2009

Excesso de tempo livre

Eu tive uma fase muito cinéfila no início dos anos 2000. Tudo me levava pra isso, o fato de estar me formando em jornalismo, meio em que a maioria das pessoas é ligada em cinema e além disso vários amigos e namorados aficcionados. Essa empolgação durou até 2004, mais ou menos. Depois disso eu não deixei de gostar de cinema, mas me rendi à preguiça que acomete as pessoas comprometidas. Meu marido não é ligado em cinema, ele prefere comida e cerveja. Some-se a isso o mestrado, o vício nas séries de tevê e pronto, fiquei por fora e ganhei 5 kg.

Mas desde que terminei a dissertação estou voltando a ter contato com dois hábitos que me agradavam muito e que eu tinha deixado pra trás: a literatura e o cinema. Sobre os livros eu já falei aqui (e confesso que ando tendo mais sucesso em ler do que em escrever). Há duas semanas o cinema voltou ao menu. E tenho gostado bastante, embora algumas vezes eu me sinta meio perdida. Tenho um amigo que desenvolveu TOC porque queria ler todos os livros e ver todos os filmes e pra isso parou de ter vida social. Vou dizer, quando a gente fica por fora assim dá uma certa ansiedade de ficar por dentro de tudo quando o tempo é tão escasso.

Atualmente minhas ocupações incluem a rotina de dona de casa, dar uma força pros meus pais, um grupo de estudos de Ciência Política, leitura de livros não acadêmicos, academia (que eu não vou há duas semanas porque fiquei doente), ver filmes, estudar pra prova do doutorado, participar das atividades de um coletivo político-cultural-ecológico e mais todo esse tempo que eu passo na internet ou vendo tevê (muito). Eu tenho todo o tempo "livre", já que não tenho um emprego, mas sinto que não tenho tempo pra nada. Preciso me matricular na autoescola e finalmente aprender a dirigir. Mas quando eu vou fazer isso?

Daqui a pouco alguém inventa uma síndrome pra nomear isso. Se é que já não existe.

4 comentários:

John Fletcher disse...

bem, eu fiz uma listinha com os meus 100 filmes preferidos. tem um link no meu blog, na coluna direita. dá uma olhada e vê se alguma coisa t chama a atenção para a gente discutir depois.

vc se lembrou do meu toc!!! :D

bem, agora com os medicamentos que ando tomando eu me controlei mais. minha psiquiatra disse que não há volta e que estou à beira da mania, mas não é uma idéia que me incomode tanto. tenho me forçado a recuperar meu lado social. rs

John Fletcher disse...

comentei em outros posts ae tb.

Syntia disse...

sim, essa sindrome já deve ter sido mapeada, afinal, e preciso conservar o emprego dos psicólogos.
sobre nunca estar por dentro de tudo (cine + livros) essa é a graça, afinal, vc sempre vai TER que se inteirar de algo! bem.... isso é legal qdo não se trata do seu tema de mestrado/doutorado!

. disse...

Isso está cada vez mais claro na minha cabeça: quanto mais tempo livre eu tenho, mas tenho a impressão de que não sobra tempo pra nada.

Nos últimos dois anos, tenho tido o tempo tão ocupado, que ando tendo tempo pra muita coisa.

Doidera, né? Quando descobrires o nome da síndrome, me avisa! Vou colocar na minha coleção, eheheheh