sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Papo de roqueiro velho

O problema de bandas já consagradas é que quando elas finalmente tocam no Brasil não estou mais com paciência de fazer um show de hits. Pensando bem, deve ser um saco tocar a mesma música por quinze anos, mas sejamos honestos, é disso que o povo gosta. Show com músicas obscuras só dão certo pra fãs xiitas. O REM vem aí e provavelmente fará uma apresentação baseada no seu novo disco que, cá entre nós, não é lá essas coisas. Ah, eu quero ouvir "The end of the world as we know it", " Man on the moon", "Everybody hurts", "Pop song 89", "Imitation of Life". Provavelmente se tocarem hits vão mandar Losing my religion e, por Deus, isso sim é uma música que ninguém aguenta mais. Enjoou mais que Shiny Happy People.
É claro que eu reclamo, mas irei. Na verdade isso é mais uma frustração antecipada que um resmungo. Vamos torcer pra que eles mudem de idéia.

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Ontem eu assisti ao VMB na companhia online de um amigo igualmente old school. A maior parte da cerimônia foi deprimente e lamentável, vergonha alheia pública com direito a playback (e vaiais) na apresentação do Bloc Party e uma inacreditável (pra dizer o mínimo) cena de masturbação da vocalista do Bonde do Rolê durante a apresentação do grupo.

Perguntei ao meu amigo se quando a gente era mais novo tudo já era uma merda e ele me disse que não, que quando tínhamos 20 anos a internet não tinha tanta força quanto hoje e que o acesso à música e à divulgação era mais limitado, por isso tinha menos espaço pra lixo. É um argumento um tanto elitista, mas faz sentido. Sem contar que hoje o hype é mais descarado que nunca. Uma coisa é o mau gosto característico da geração emuxa. Mas pelo menos o público que estava lá vibrava quando apareciam Fresno, NX Zero e outras porcarias do gênero. Já o tal do Bonde do Rolê não é apenas uma piada de mau gosto, muito ruim e muito ridícula. (Não ridículo no sentido de tão ridículo que é legal, como o hard rock. Ridículo simplesmente). Era uma banda que não empolgava ninguém e que ainda levou umas vaias.

O problema da MTV Brasil é que lá tá cheio de trintão e quarentão que se acha garoto. É aquela coisa que eu falei sobre crescer, as pessoas acham que têm que ser adolescentes a vida inteira, porque quem cresce é velho, chato e careta. Então eles tentam fazer alguma que atinja os adolescente ao mesmo tempo que tentam "sofisticar" a premiação. Então ao mesmo tempo que colocam um tributo a uma baiana que ninguém de menos de 25 anos conhece, colocam um prêmio pra vídeo mais bombado no You Tube. Óbvio que o tiro sai pela culatra e no fim sai uma tosquice que não agrada nem a gregos e tampouco a troianos.

A única coisa boa de toda a noite foi um clipe no estilo "We are the world" do hit-piada "Furfle feelings" do ótimo Marcelo Adnet, que passou a cerimônia toda sendo boicotado pelo invejoso do Marcos Mion. Há cinco anos Mion era o Adnet, mas subiu pra cabeça e ele perdeu a graça. Vamos torcer para que o querido da hora seja mais esperto.

2 comentários:

Anônimo disse...

Mas eles são descolados!

Anônimo disse...

"Tudo passa, tudo passará"