Primeiro foi o meu gato amado que foi embora. Agora foi a doença do meu pai que voltou. Vai começar tudo de novo. Eu sei que aguento. Se tem uma coisa que o jornalismo me ensinou foi ser produtiva mesmo em condições infernais de ambiente ou coração partido.
O meu está duplamente em frangalhos. Eu ainda nem terminei de chorar a ausência do Zaratustra e agora o câncer, de novo. Eu aguento. Não há outra saída. Ser forte por meu pai, pela minha mãe, pelos meus irmãos que estão longe. Mas é tão duro, meu Deus.
Eu ainda não me acostumei à idéia de que não vou mais acordar com miados e ronrons, toda a alegria que ele dava ao meu lar. Porque é verdade o que dizem, uma casa sem bicho e sem criança é só uma casa, não é um lar. O Zara fazia de nós uma família. Agora somos apenas um casal cheio de saudades pela falta do seu gaatinho.
Eu sabia que um dia ele poderia ir e nunca mais voltar, sendo um gato livre e não-castrado. Mas eu não esperava que fosse logo. A verdade é que eu não esperava que isso acontecesse nunca. Do mesmo jeito que eu não esperava que meu pai ficasse doente de novo, ainda mais tão rápido.
Um dia desses eu estava radiante. Tinha terminado o mestrado bem, apesar de todas as dificuldades, estava muito contente com as minhas decisões, com a minha casa, meu marido, meu gatinho. E o meu pai não tinha mais câncer e eu vi ele e minha mãe chorarem de alegria. Agora eu me pergunto por que isso está acontecendo, onde foi parar minha felicidade, embora eu saiba que a vida segue e eu estou seguindo, apesar dessa tristeza tão grande e dessa sensação de impotência porque realmente não há nada que eu possa fazer pra dar fim a isso.
Os dias infernais estão de volta. E eu continuo, apesar de tudo. Apesar dessa vontade de gritar, de dar socos na parede e nos transeuntes, de afogar as mágoas no álcool ou qualquer outra droga, incluindo o carboidratos e a gordura saturada. Eu aguento porque não tem outro jeito.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
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Um comentário:
são os altos e baixos... na vida de todos... :(
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