quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

This is the end

Cansei desse blog. Talvez eu faça outro. Ou não.

Bye

sábado, 27 de novembro de 2010

Dadaísmo ortodental

Hoje eu estava caminhando pelo centro quando passei por uma barraquinha do Dia da Prevenção ao Câncer Bucal. Como eu super apóio qualquer ação de combate ao câncer, lá fui eu participar e deixar minha linda boquinha ser examinada. Tudo certinho, até que o rapaz que me examinou solta essa:

- Tudo em ordem, só precisa usar aparelho.

Veja bem, caro leitor. A pessoa quer colaborar com a campanha e ouve um julgamento sobre a irregularidade de sua arcada dentária. E daí que eu tenho dentes tortos? Arcada dentária perfeita é coisa de burguês, rapá!

Ok, eu penso nisso de vez em quando. Mas já tive uma adolescência infernal o suficiente nessa vida, não preciso passar por outra. Daqui a um tempo eu vou querer ter filho. Uma grávida de aparelho me parece uma adolescente encrencada. Não, não dá.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

O show do Paul - Parte 2

Fui. Foi lindo. Não tenho muito mais a dizer sobre isso. Apenas algumas observações.

Eu quis chorar quando tocou Something. Eu mesma nunca vi nada de mais nessa música, mas era uma das preferidas do meu pai. Mas no fim eu fiquei contente por estar lá, mesmo pensando que nós devíamos estar vendo aquilo juntos. De alguma forma, estávamos.

Todas as bandinhas indies show-gazzer/blasé deveriam ver o show do velhinho de 68 anos pra aprender como é que se faz um grande show de rock.

Fogos de artifício quando tocou Live and Let Die foram o ponto alto. Isso e quando no fim tocou Helter Skelter. Isso que é rock'n'roll, crianças. Olhem e aprendam.

Eu sempre quis segurar um isqueiro aceso ao som de uma música bonita num estádio. Fiz isso ontem ao som de Let it Be e queimei meu dedo. Mas valeu.

Acabou meu dinheiro para sempre. Mas acho que eu não preciso ver outro show por um bom tempo.

Puta banda. Enxuta e competentíssima. E um baterista que é tão bom e carismático que poderia sair em turnê sozinho porque certamente conquistou muitos fãs.

sábado, 20 de novembro de 2010

A minha lista de intenções

Coisas cotidianas que gostaria de fazer e atitudes que gostaria de ter e que e não faço ou faço só de vez em quando ou apenas planejo e não faço nunca.

- Limpar a pele do rosto diariamente, passar cremes, não dormir maquiada.

- Malhar pelo menos três vezes por semana.

- Parar de comer açúcar e frituras de uma vez por todas. E carne também.

- Beber com moderação.

- Arrumar meu guarda-roupas, meus livros e minha casa.

- Estudar mais, ler mais livros, ler o jornal todos os dias, ver menos televisão e ficar menos na Internet.

- Deixar a decoração da minha casa menos caretinha.

- Fazer mais programas culturais ou simplesmente fazer coisas que não se resumam a comer/beber.

- ser mais namorada do meu marido.

- Falar menos e ser menos transparente porque eu poderia ser muito mais bacana se soubesse calar a boca de vez em quando.

- ser menos ansiosa, impulsiva e ciumenta, egocêntrica

- ser mais organizada e racional.

- Acordar cedo.

- Parar de roer as unhas.

- Não mudar de ideia a o tempo todo.

- Não dormir de lente.

Resumindo, parece que seria melhor se eu fosse outra pessoa.

domingo, 7 de novembro de 2010

Colocar ordem no caos

Eu gostaria de ser uma pessoa mais centrada. Menos passional, mais organizada, com objetivos que não mudam a cada dois meses. Mas eu não sou. A grande sacada quando você tem esse caos todo dentro de si - e que não raro, transborda - é compreender a sua limitação e agir nisso. É muito difícil, é um trabalho para a vida inteira. Mas estamos caminhando.

Estou escrevendo sobre isso porque ultimamente muita coisa tem acontecido e tenho sentido a necessidade de mais equilíbrio e ordem na minha vida. O que é curioso porque passei a pensar nisso justamente num dos períodos mais agitados e boêmios da minha vida. I'm a walking contradiction, já diria o Green Day.

É porque eu entrei no jornal num trabalho temporário e tinha simplesmente deixado pra resolver minha vida depois da eleição. Mas a vida não espera e felizmente eu continuo tendo um emprego numa área que eu realmente gosto e apesar do medo do desconhecido, estou feliz. Então o que preciso fazer agora é aprender a me organizar e existir no meio de tantos afazeres e, como se não fosse suficiente, essa intensidade do capeta que eu tenho por dentro.

A partir dessa semana começa uma fase nova. Isso vai exigir de mim algumas mudanças, mas sinto-me tranquila em relação a isso. Aos poucos eu vou contando.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

O show do Paul

Ou

"Como o minha vida foi salva pelo rock'n'roll"

Há uma música do Velvet Underground que eu nunca canso de citar, singelamente intitulada "Rock'n'roll". Fala sobre uma menina que ainda criança morava numa cidadezinha em que absolutamente nada acontecia. Até que um dia ela ligou o rádio em uma estação de uma metrópole e começou a secudir ao som daquela música incrível. A partir dali a sua vida havia sido salva pelo rock'n'roll. Mas o que aconteceu comigo não foi uma rádio bacana. O que salvou a minha vida foi a vitrola e a coleção de discos do meu pai.

Lembro exatamente do dia em que, aos 10 anos, reparei numa música que meu pai estava escutando e curiosa, fui perguntar o que era. Ele me mostrou a capa do disco. Era Help, dos Beatles. Daí em diante me apaixonei perdidamente. Devorei os discos do meu pai, me empolguei com o curso de inglês que havia começado recentemente porque eu queria cantar certinho, queria entender o que eles falavam.

Os anos passaram e vieram outras bandas e outros amores. Mas meu destino já estava selado. Aos 10 anos de idade minha vida estava salva por aquela música incrível. E se isso parece exagero, imagine o quanto das suas escolhas, amigos e amantes que fazem ou fizeram parte da sua vida não foram fundamentalmente influenciado pelo seu gosto musical. Se você que está lendo isso tem o rock'n'roll no coração entende perfeitamente. Se não tem, não tenho como explicar porque isso é algo que nós, roqueiros, sentimos.

Mas voltemos aos Beatles. Tenho uma mania irritante de tentar dividir o mundo ou categorizar as pessoas de acordo com seus gostos, principalmente musicais. E assim como o mundo se divide entre pessoas que preferem gato ou cachorro, dá pra saber muito sobre o cárater de uma pessoa a partir de que faze dos Beatles ela prefere ou sobre qual é seu Beatle preferido.

O meu pai era romântico, de certa forma ingênuo, coração de manteiga, impetuoso e alegre. O meu pai era Beatles iê-iê-iê e seu Beatle preferido era o Paul. Essa foi apenas uma das muitas de nossas divergências, pois o meu Beatle preferido era o John. Mas nós amávamos os Beatles, assim como amávamos um ao outro e esse era apenas uma das coisas que fazia parte da nossa amizade.

Há pelo menos uns 2 anos começaram rumores de um novo show do Paul em São Paulo. Meu pai já estava doente, mas combinamos de ir mesmo assim. Juntos, na área vip. Não deu tempo. Agora os ingressos estão à venda e eu não sei mais se quero ir.

Sim, é um beatle, há o valor histórico da coisa. E afetivo também, já que sem os Beatles, talvez minha vida fosse outra. Mas há aquela música que fala de pessoas que passam pela vida da gente, pessoas que ainda fazem parte do nosso convívio, outras que se perderam nessas bifurcações que os caminhos da nossa vida tomam. E as pessoas já morreram. É uma música bonita que fala de amor. Mas eu não sei que quero ouvir isso ao vivo. Eu não sei se quero estar lá sem ele.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Estava voltando do trabalho. Desci do ônibus, sinal aberto pros pedestres. Eu poderia ter atravessado direto, mas aí eu provavelmente estaria morta.

Parei para olhar se não vinha carro, mesmo estando na faixa, mesmo com o sinal vermelho pros carros. Eu só senti o vento quando o carro passou voando, sem o menor respeito pelo sinal vermelho, pela faixa de pedestres, por coisa alguma.

Eu xinguei o motorista e em seguida agradeci a Deus, ao meu anjo da guarda, ao meu pai, que tenho certeza que olha muito mais por mim que qualquer outro. Então chorei um pouco, de saudade e de medo. Porque a vida é frágil, porque a vida é curta.